Uma tarde de céu pálido,
De calor fervente e imensamente tranquilo,
Uma tarde em que fui dar um passeio ao Nilo,
Em que vi cavalos, vi e encontrei tudo o que é válido.
E o que não é?
Num sonho tudo vale,
Até o próprio abismo da sedução
Que nos faz estremecer na perdição.
O Nilo estava rodeado de lembranças,
Revirado em cores da imensidão,
E sentia-me cruzada por amarras,
Encabrestada no sofrimento da solidão.
No céu voavam andorinhas,
Andorinhas que me lembram a tua lembrança;
Lembranças minhas,
Vontades tuas, sentenças vizinhas.
E piando no chão vêem-se as galinhas,
A esgravatarem a terra do meu pousio,
Da ausência de muita imaginação,
E do largo enfastiaste Nilo postiço.
Uma tarde de céu sem cor,
Num sonho onde tudo é permitido
Onde me encontro só, só com dor, enrolada em lembranças,
Somente esperanças...
(Escrito em Março de 2000)
acordei desalmada
Há 9 anos
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