2007-12-31

REFLEXÃO

“O mundo não é tão grande como intuitivamente julgamos – o espaço pode ser tão curto como o tempo.” (Bill Mckibben)

O ser humano é a única espécie que tem o poder de destruir a Natureza. Todos os outros seres vivem em harmonia com Ela, mas o Homem, esse ser que não se contenta com nada, ambicioso, inventor, ao ponto de inventar formas de por um fim na natureza. È claro que temos coisas maravilhosas, mas existem n coisas das quais poderíamos viver sem, e ser muito mais felizes.

“O Homem, esse verme, não deve esquecer que não passa de uma espécie entre outras.”
(Hervé Le Bras)

A temperatura, a precipitação, a velocidade do vento são afectados por nós. Mas e nós deixamos o conforto do nosso consumismo desenfreado, a poluição dos nossos veículos em prol do ambiente!? È claro que não! E porquê? Porque somos egoístas, pensamos a curto prazo, no nosso prazer.

2007-12-27

PEDINDO, PEÇO PERDÃO

Queria dizer o que sinto,
Querendo, queria
Pedir alguma compreensão,
Um pouco de compaixão,
Mas de que serve isso então!

Queria nos teus braços acordar,
Sabendo, saberei
Que a vida é um circo aberto,
Um baralho de cartas entreaberto
Que o vento leva com feito.

O vento sopra forte,
Sobra, soprando
Sob meu rosto desvanecido,
deixando o vaso de lado partido,
Parto para outro norte.

Queria pedir perdão,
Pedindo, poderei
ter um pouco de compreensão,
Alguma compaixão,
Mas de que serve isso então!

[Escrito a 26/12/2007]

Ivone Neto

2007-12-21

EXISTEM DIAS...

Existem dias
Em que não sei
Nem percebo o porquê
De tanto mal estar no mundo.
Já tentei,
Mas continuo sem entender,
e só consigo ver o absurdo
De tantos conflitos e desunião.
Existem sentimentos
Que todos nós deveriamos sentir,
Existem momentos
Em que todos nós deveriamos dar as mãos.
Mas então!
Porquê que ainda existe guerra,
E tantas pessoas a sofrer?!
Existem dias
Em que me pergunto porquê
Que não somos todos unidos,
Unidos como um só povo.
Existem instantes
Em que rezo por justiça,
Por um mundo cheio de amor e paz
Embora tudo pareça uma utupia.
Mas mesmo assim
Continuo a acreditar,
Que a solução está em cada um de nós,
deixemos as confuções
E sejamos todos unidos,
Todos juntos a lutar pela felicidade.

[Escrito em 2006]

2007-10-17

TEU OLHAR...

Teu olhar fica frio
Sempre que me vês,
Sempre que me aproximo
A sonhar perco o tino.

Deslumbro/ o que não tenho
Assombro/ o que vejo

Teu olhar desvia-se
Meu olhar questiona-se
O porquê de não ser amada
O porquê de ser ignorada.

Esperando/ nada sei
Insistindo/ sei que nada sou

Meu olhar perde-se
No teu olhar profundo
Nessa tua frieza desajustada
Nesse teu silêncio absurdo.

Fujo/ nego o que sinto
Minto/ fingo não te conhecer

Nesses teus olhos
Perco o controlo,
Nesse teu jeito
Perco o folgo.

Perco/ o que não tenho
Esqueço/ o que vejo

2007-09-20

NADA É NÍTIDO

Sinto uma sensação esquisita,
Uma estranha emoção desfocada
E, nada é nítido e claro
Por mais que pense no que sinto.
Calo-me e, por instantes
Instala-se ansiedade,
Pensamento deslocado,
Descolando para o horizonte.

Nada é nítido
Por mais que deixe de sonhar
Por mais que acredite.

À noite falta-me o sono
Falta-me o amor
E, quando penso nesse teu olhar
Sinto vontade de deixar tudo
E, contigo ficar.

Nada, nada é nítido
Simples e fácil como fantasiar.

Olho pela janela
Fugindo ao amargo estudo,
Fixo os olhos no horizonte
Para deixar de pensar,
Pois quando penso só penso em ti,
E pensamentos desses fazem-me sonhar.

Sonhar!
Enganando a saudade
Embromando a infelicidade.

Olho só por olhar,
Fugindo sem saber ao futuro,
Querendo mais uma vez,
Uma vez mais,
Ver o teu sorriso maravilhoso
E seu teu olhar que me seduz.

Nada é nítido
Simples e fácil como sonhar

(Escrito em 2006)

A CONFUSÃO

Uma tarde de céu pálido,
De calor fervente e imensamente tranquilo,
Uma tarde em que fui dar um passeio ao Nilo,
Em que vi cavalos, vi e encontrei tudo o que é válido.

E o que não é?
Num sonho tudo vale,
Até o próprio abismo da sedução
Que nos faz estremecer na perdição.

O Nilo estava rodeado de lembranças,
Revirado em cores da imensidão,
E sentia-me cruzada por amarras,
Encabrestada no sofrimento da solidão.

No céu voavam andorinhas,
Andorinhas que me lembram a tua lembrança;
Lembranças minhas,
Vontades tuas, sentenças vizinhas.

E piando no chão vêem-se as galinhas,
A esgravatarem a terra do meu pousio,
Da ausência de muita imaginação,
E do largo enfastiaste Nilo postiço.

Uma tarde de céu sem cor,
Num sonho onde tudo é permitido
Onde me encontro só, só com dor, enrolada em lembranças,
Somente esperanças...

(Escrito em Março de 2000)

2007-09-17

No Comments

Quem sou eu? Sou uma sombra, um sonho esboçado numa tela. Não sou o que os outros são. Sou diferente, e que mal existe nisso? Sempre pensei que a beleza era sermos todos diferentes. Muitos não gostam de diferenças, só gostam dos outros se estes forem semelhantes a eles, muitos esforçam-se em enquadra-se na sociedade. Para a sociedade de hoje em dia o que interessa é o exterior, se temos um bom pacote exterior, isso é que é importante. A sinceridade não é importante mas sim o cinismo.
Já tenho pensado em sair do trabalho, à algum tempo atrás houve uma oportunidade para isso, o meu patrão disse que pensou em me mandar ir ver as gaivotas na praia, contudo deu-me uma segunda oportunidade, outro contrato, para eu mudar, ser outra pessoa. Porque o que eu sou não presta, não tenho nada de valor. O facto de esforçar-me no trabalho, de dar ao litro, isso não interessa, o que é realmente importante é o nosso pacote exterior. Como fiquei em dúvida, e sou uma pessoa que gosta de dinheiro, vou deixar o barco andar, quando ele encalhar e não andar mais, chegou o tempo de tirar umas férias. Descobri que existem pessoas que sempre gostam de mim, e por elas também decidi ficar, ao mesmo tempo que estou um pouco chateada, pois se me tivessem dito o que se passava, talvez tivesse ido ver as gaivotas. Mas não sei! Às vezes é melhor não saber a verdade.

(Escrito à algum tempo atrás)



Este logotipo foi criado, já algum tempo atrás, com a finalidade de participar num concurso da Rádio RUA (Rádio Universitária do Algarve), mas é óbvio que não ganhei. Contudo acho que a ideia está engraçada. :D

2007-06-14

QUE TRETA DE POEMA!




(Pintura de José Carlos da Silva)


Deixe-me levar
Pela confusão,
Levantei voo
Com a ajuda da imaginação,
Mas de que vale sonhar?!
Se não te posso agarrar.
Deixei-me prender
Na ilusão,
Uma grande treta,
Ficando só somente.
Que cena!!
Tristeza da minha vida.
Mesmo assim,
Toulinha como sou
Afogo-me em risos
E gargalhadas estúpidas.
Deixei-me levar...
Deixei-me levar
Pela fantasia,
A breve dilatação do amor.
Que grande treta!

(Escrito a 08/06/2007)

2007-05-15

Estamos em Maio, aquele mês de só de ouvir falar, até me sinto mal. Quem trabalha na contabilidade sabe bem do que estou a falar. Mas para quem não percebe nada de contabilidade nem vale a pena ler o resto.
Hoje é dia 15, o último dia para entregar as declarações de IVA do 1º Trimestre de 2007. Mas isso não é nada... :D Comparado com os encerramentos (do ano de 2006) que até final do presente mês têm de estar feitos e entregues (Modelo 22). Claro que fazer encerramentos é super fácil, como diria a Flor (da série Floribela) super hiper mega rifixe!. É óbvio que não estou a falar a sério; fazer encerramentos não é nada fixe. Mas isto não interessa a ninguém. O melhor é nem falar no assunto. Tudo se faz.
Tenho pensado, que devia era tirar algum curso profissional, daqueles práticos, sem aquelas disciplinas que ninguém precisa, numa área que gostasse, como design ou cozinha. Pois!!! porque para ser sincera nunca soube bem o queria ser. Se fosse por mim, nem trabalhava, desde tivesse dinheiro. Nunca eu pensei que hoje seria técnica de contabilidade. A vida é um mistério!!!

2007-04-30

POEMA

2007-03-01

NESSES TRAÇOS II

Nesses traços
Lineares e baços,
Nesses dedos
Quentes e estranhos,
Perdi-me.
Sem estranhar
Perdi a razão,
Perdi então a noção.
Sem saber,
Já nem sei o que sinto,
Se é o calor dum corpo
De um estranho
Que me aquece o coração
Ou o pensamento
De alguém que já esqueci.

(Escrito a 14/02/2007)

2007-01-18

SÓ SEI SONHAR

Só sei sonhar,
Anseio mudar,
Nem sei porquê,
Nem sei o que quero.
Perco-me
Sem querer encontro.
Não encontro.
Espero,
Insisto.
Para quê?
Lutar por ti,
Sonhar contigo.
Teimosamente presisto,
Calmamente sigo,
Desisto,
Finjo não ser nada,
Passivamente acredito
Que o que sinto
Nao sinto.
Só sei sonhar,
Complicar
Enfim,
Nem sei porquê!

(Escrito a 16/01/2007)

2007-01-13

QUANDO O VEJO





Quando o vejo,
Quando vejo (os) seus olhos
Meu mundo pára
Meu coração dispara.

Seu olhar me seduz
Seu sorriso me ilumina
E que o sinto traduz-se em pura confusão
Um sonho da minha imaginação.

E as suas mãos,
(os) seus lábios
Tudo nele me faz sonhar
Me faz crer que posso voar.

(Escrito a 24/05/2004)


Para mim este é o poema mais bonito que escrevi. É simples e giro. È a inspiração!!!... :P