2013-06-21

Se me entendessem

Qual será o sentido da compreensão,
Quando esta está fora de mão?
Quais serão as palavras e expressões a invocar,
Quando o que sinto impede-me de o mostrar?
Se ao menos não houvesse palavras,
Se pelo menos houvesse olhares
Que mostrassem tudo claramente.
Qual será o meu futuro,
Quando o presente não sei o que fazer dele?
Será que é o amor que fere,
Ou a nossa má compreensão?
A nossa má consciência.
Se tudo soubesse,
Se tudo visse em mim,
Se amor me dessem,
Se me compreendessem.
Como será que estaria? Quiça?
Porque não acreditam no que digo,
E levam tudo para a brincadeira?
Porque os anos que passam parecem não parecem ter sentido?
E a acumulação de ódio é maior.
Custa a crer que possa viver assim,
Custa crer que ninguém me compreenda.
Qual será o sentido da compreensão,
Quando os homens fecham os olhos,
E olham para só para o exterior,
Ficando ligados ao fingimento,
Para agradar os outros.
A compreensão é inimiga da mentira,
Fugitiva do fingimento.
Entender vai para além dos sentidos,
Para além do simples olhar.
Entender e perceber,
E compreender o que não se vê.
O cego compreende e não tem olhos,
Os olhos ainda tapam mais o que é suposto ver.
Sem perceber,
Não se chega a viver.

(Escrito a 15/12/1999)


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